Falar em público nunca foi muito a minha praia. Gostava mesmo de ficar por trás dos bastidores, produzindo textos e imagens e deixando que tudo acontecesse sozinho. Gostava mais de argumentar por escrito. Olhos nos olhos me intimidava.
Mas, de repente, ao escrever e publicar meus textos tive a necessidade de “falar” com o meu público, pequenos seres que medem menos de um metro e me obrigam a sentar no chão para ficarmos por igual… todos baixinhos. Já fazia tanto tempo que eu não tinha contato com crianças… meu sobrinho mais novo já beira aos trinta… Abria-se na minha frente um tremendo desafio.
Me armei com pequenos objetos como se fossem armaduras, que pudessem distrair as crianças e amenizar qualquer bobagem que eu falasse. Funcionou bem. Me saí razoavelmente. Sobrevivi.
Logo veio a vontade de falar e conhecer outros leitores. E conheci Danielas, Bias, Gustavos, Mels, Theos, Marias e Joãos… Ruivos, morenos, cacheados, despenteados, arrumadinhos, comportados, levados e FANTÁSTICOS.
Mostraram que são curiosos, valentes e sabidos. Que gostam de conversar, de ouvir e de contar histórias. Que trazem carinho de sobra no olhar para aquela hora que eu errar e fazem de conta que tudo fazia parte do texto.
Estou aprendendo a contar histórias dos livros que escrevo. E cada dia elas são diferentes.
Obrigada ao meu pequeno grande público que, mais do que contar histórias, está me ensinado a reinventá-las.
E eu vi! Eles sobem em você, Silvia… Tão lindinhos! Você está indomuito bem. Parabéns!
Susanna